sábado, 18 de outubro de 2008

Minha escrita


Permito-me conhecer no momento, momento esse que não se arma e nem se prepara para dizer algo, assim tenho conhecido o sangue da minha alma.
Tudo o que escrevo não ultrapassa 5 minutos de reflexão, não me preocupo tanto com a gramática que compõe o expressar da minha alma, isso explica muita coisa rs, meu português se conturba e se assassina nessa expressividade espontânea. Não me considero superficial ou vazio sendo assim, pelo contrario, quando escrevo no momento percebo o tempo em que tais pensamentos já habitavam em mim. Percebo que quando muito penso retoco minhas palavras e meus pensamentos e perco a originalidade de expressar o profundo, o momentâneo, o sempre que há em mim, os meus sentimentos atuais, o meu hoje.
Minha profundidade é rasa pra muitos e abismal pra outros, mas é pra mim o que sou em formação com toda informação que me cerca, que em mim nasce.
Não prego uns falares inconseqüentes, impensados ou pelos cotovelos, nesse âmbito do falar sem pensar, machucamos pessoas amadas que interpretam mal uma fala mal dita ou recebem como realmente foi e por ter sido impensada nasce à rixa, a ferida, o choro, mas incentivo a tua espontaneidade, eu incentivo a minha espontaneidade. Diante de um mundo tão retocado, recalcado e reprimível precisamos de gente espontânea, gente que foge um pouco da rotina do comum do normal dos estereótipos da fala.
Gosto dos palavrões imorais que escapam da alma do que os que aquietados dentro são maquiados por sorrisos falsos.
Gosto dos beijos impensáveis do que os reprimidos desejos que não são expostos e resolvidos.
Gosto do grito de dor do que o silencio amargurado no coração sangrado e sacralizado.
Gosto do samba cantado do que as canções batucadas sem embalar os que estão à volta.
Gosto do erro manifesto do que a sua ausência, pois se oculta mente.
Gosto de escrever sem as virgulas separadoras dos sujeitos do que ficar sujeito às separadoras palavras que não expressam quem sou.

Seja bem vindo a textos mal escritos, mal digitados e mal corrigidos, descobri com eles como são como minha alma é.
Estou num caminho de alfabetização da alma, onde sentada atentamente com seus erros de grafia. Estou procurando num eterno gerúndio fazer essa viagem processual dentro dela, respeitando-a com suas inconjugações verbais, mas um caminho onde se modela mostrando quem é e como se tem transformado.
By Tony Edson

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