quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Corrida ao lago dos detalhes


Envolta do lago no pisar da mesma pista onde passos e passos são dados consequentemente até que em algumas voltas a mente se acostuma com o lugar pisado, a paisagem que encantava ao redor do lago parece cada vez mais um quadro inerte que não muda apesar de suas vastas olhadas...

O cantar do pássaro já não tem tanta melodia, o solavanco do jardineiro não molda sua vista, o sol é tão intenso como na volta anterior...as árvores dançam a mesma dança alternando seu gingado, mas estão ainda ali...

O que inspira se tornou gélido, apático, inanimado sem graça. O corpo cansa, o suor desce e nada mais acontece...sua mente ali já não mais está...tudo virou normal, banal. O tanto ver não te faz crescer, não te faz pensar, não te faz... o banal se faz presente trazendo em fitas e laços o desencanto do por do sol e resta apenas o teu cansaço...

De mais uma volta, olhe tudo de novo, agora por outro ângulo, perceba que a teia da aranha já cresceu, já tem seu inseto, olhe por outro ângulo, procure o que não estava lá volta anterior, veja as mesmas árvores, mas observe mais um detalhe, pense no que ela é que não esta a sua vista, veja o ar que ela produz, veja o bosque que ela forma, jogue uma pedra na água e siga as ondas se formarem, pequenas sim, mas desenham algo naquilo que não estava lá. Chame no comum a existência do especial, chame no normal a presença da lembrança, que não será a mesma, se renova quando dela se lembra, chame o divino para o surto, chame a luz para a escuridão, chame para rotina o novo que está presente nos detalhes ao redor do lago, corra, canse, mas deslumbre o que ali se há...
by Tony Edson

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