domingo, 30 de novembro de 2008

Dose de Culpa faz bem.


Uma dose de culpa é uma dádiva ao ser humano esquecida em sua história ou formadora da história de muitos. Impressionante! Enquanto uns não sentem culpa de nada outros se culpam por tudo. Uns vivem sem consciência e responsabilidade outros cauterizados presos no passado. Mas uma dose de culpa é uma dádiva. Ela nos retira do estado mórbido do erro, a sutileza que nos embrutece como se nada de errado acontecesse. Acredito que uma onda de culpa deveria destruir nossos castelos de areia que ignoram os famintos da nossa nação. Acredito que a culpa para uma sobra no prato deveria nos assombrar em visto da fome que paira nos guetos visivelmente ignorados por nós. Nosso luxo alimentar deveria se culpar quando retira de nós a condição de fazer algo em favor de um necessitado. Somos conquistadores e merecedores do que temos? Talvez. Responsáveis pelos que nada tem por contextos sociais? Sempre. Ah se andássemos fora da blindagem dos nossos carros e visitássemos a pé, pois só assim é possível, o “mocó” das cidades. Vi recentemente uma entrevista com uma mulher ex “mocozada”, que escreveu seu passado no craque e prostituição e hoje escreve um presente no samba recuperada e cheia de dignidade. Não conheço os “mocós”, não conheço a ex-viciada moribunda de São Paulo, mas agora conheço a sambista recuperada sorrindo em sua casa e manchete de jornal.
Pobre homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?
Se ela hoje não fosse uma sambista, eu não conheceria a “mocozada” mulher da vida.
Estranho como valorizamos o mudado e com nova vida, mas os ainda “mocozados” desviamos deles o olhar, pois quando se torna um de nós os reconhecemos...Ironia? Talvez.
Precisamos voltar a experimentar a dádiva da culpa nessa boa dosagem!


By Tony Edson

sábado, 29 de novembro de 2008

O Velho e o seu Cachimbo.


Rosto mapeado pelo sofrimento de uma vida injusta de castigo da desigualdade social capitalista. Ao seu lado os “mansionados” enquanto seus pés procuram um canto à calcada para se aquecer e quem sabe aquela noite conseguir dormir. Pela manhã quando o sono chegar às sentinelas da mansão a convidarão a começar seu sono em outro lugar. O sorriso do velho “encachimbado” pela corrupção espera talvez uma mão a erguê-lo sob os pés cansados, mas o que tem são convites abruptos de chutes e ponta pés nas costas e às vezes com o humor sarcástico um balde d’água fria a lavá-lo. Levanta velho homem antes que o sono novamente se vá sem descansá-lo, afinal de contas, há outras calcadas a te esperar. Veja velho homem, um pão mal comido desprezado por uma boca não faminta, são apenas formigas e um cachorro quase a descobri-lo. Deleita-te velho homem sem seu cachimbo, afinal, o fumo acabou, ou apenas começou? Fume o fumo da desigualdade, pois é burguês o que gostaria de fumar. Coma o pão que o diabo ainda não amassou, apenas foi pisado pelos homens. Um banco, velho homem e seu cachimbo, deite-se, descanse, quem sabe o sono venha, ou até o sono da morte. Já sonhou velho homem? Não com o fumo do seu cachimbo... sonhei com uma vida digna? Com possibilidade de sobreviver? De se alimentar dignamente? De trabalhar? Morar em casa?
Se sonhou não sonhe mais...se não sonhou não ouse sonhar! Tua vida é um pesadelo velho homem e seu cachimbo. Veja os que te reprimem, marginalizam-no, eles tem seus cachimbos da paz. Resta-te o fumo da vergonha de uma nação que dorme em seus palacetes e jogam pães pela janela.
Caminhe no mapa traçado no seu rosto de sofrimento velho homem e seu cachimbo.


By Tony Edson

Poesia das Plumas


Poetizei entre dragões e crianças, em sombras e assombrações, transformei os dragões em meus potros e as crianças em minhas canções. Devaneios e desencontros, entre plumas e escorpiões, amores e temores em paradoxos sem fim. Poetizei na alegria e o poema logo esmoreceu, escrevi minhas tristezas e são poetizadas pelos poetas tristes de alma. Nos troféus fui exaltado, aclamado entre multidões, mas quando a aurora se foi e o fio de prata se partiu as vaias me cobriram, vi o vexame sobre mim. Olhei ao lado a procura de mãos a me ninar, ouvi apenas os sorrisos sarcásticos dos que zombavam sem amar, olhei e olhei até que a poesia me ajudou. Estendeu seu leito a um ser ferido, machucado pelo chão árido da vida, ela me fez ninar, voltou-me para dentro de mim a procura da essência que um dia me inspirou a poetizar. A essência lá estava, aguardando o meu retorno guardado em silêncio gritante a me dizer: o que um dia te fez poetizar?
Olhei para o todo da vida o a vida do todo, percebi que mais que um momento a ferro houve plumas na minha historia. Deitei-me sobre elas recordando o passado e lá encontrei o que as estendeu estendendo novamente para pés sangrados e machucados.
Ah, mestre das plumas e da vida, que me viu entre cortantes gritos a chorar, porque não fez da minha vida de paradoxos um eterno linear emplumado?
Sua voz me garantiu que na dinâmica da vida as plumas ali encontrarei, mas são as marcas feitas pelos escorpiões e seus dragões que me farão reconhecer o valor da poesia entre plumas.
By Tony Edson

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Espelho de Deus



Procurei nas encostas das montanhas, nas grutas inexploráveis, nos despenhadeiros sem fim, nas relvas dos campos, nas minas límpidas, nos riachos e suas cachoeiras, no desembocar das águas no encontro com o mar. Procurei nas florestas adentro, nas planícies abertas e matas fechadas, nos crepúsculos e alvoradas. Procurei nas flores e seus desenhos, seus perfumes e devaneios, nas exóticas a comuns. Procurei, procurei e não achei.
Diziam-me que ao quebrar ou levantar de um galho lá encontraria. Procurei as escuras e tateando entre os achismos filosóficos, procurei e não achei. Procurei dentro de mim, nos meus transes e meditações, silêncio e aberrações. Não encontrei. Procurei no que apontava para o que procurava, até que percebi que tudo isso não passava de um espelho, olhei e não me vi, então nesse espelho, achei-o.

Os céus proclamam tua Glória e o firmamento as obras do teu Poder!


By Tony Edson

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

FÉ E OBRAS - Luz e sombras.


Ouvi essa ilustração e tomarei a liberdade de “ilustrá-la” um pouco mais.

Passeando pela Eternidade, o Criador e Miguel, olhavam os que pós-vida ali estavam em pé, pessoas das mais diversas etnias e histórias, raças e línguas, crenças e religiões, simplesmente em pé em silêncio, nada mais poderia ser feito por eles para mudar qualquer rumo na eternidade.
O Criador pergunta a Miguel se o primeiro a ser olhado tinha sombras. Sim! Respondeu Miguel. O Criador parou e pediu para que Miguel analisasse o que havia por trás da pessoa que produzia aquela luz. Perguntou o Criador: Sol ou holofote? Sol! Respondeu Miguel.

Esse fora conduzido aos lugares mais lindos da eternidade.
Diante do segundo a mesma pergunta ecoa: Sombra? Sim! Sol ou holofote? Holofote, respondeu admirado Miguel.

Esse será conduzido aos lugares mais horrendos da eternidade.
Diante do terceiro nenhuma pergunta é feita e o Criador nem mesmo para. Porque não analisaste a luz deste, Oh Criador?
Respondeu o Criador:

Se este não possui sombra, sequer terá luz!
Deixa-o ser conduzido aos lugares mais tenebrosos da eternidade.

Um dia estaremos nessa situação. Se tivermos sombra, será analisado que tipo de luz está por trás de tal sombra. Se a sombra foi produzida pelo Sol, pelo Criador, pelo Espírito, pelo Filho de Deus, a sombra é boa, é valida é preciosa. Se a sombra for produzida por holofotes será invalida. São luzes artificiais, criadas para sombras que honram a pessoa, apesar de ter obras são motivadas sem a verdadeira luz.
O que não tiver sombras, obras, nem sequer será visto a possibilidade de fé, pois fé sem obras é morta.





By Tony Edson

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As danças do amor.


As danças do amor.

Embalada pela caminhada e ritmada pelos atritos. Ensaiam na rotina dos entediados abrilhantando a vida a dois. O comum se torna especial e o especial se torna mais que comum. Tangeiam seduzindo-se e encantando um ao outro, a cada dia.
Salseiam a luz de lâmpadas em almoços pobremente caprichados. Sambam com um gingado contornando os problemas requebrando nas soluções.
Lambadiam sensualidade com caricias que contagia o cônjuge sempre restaurando a atração inicial.
Timbalaiam numa espécie de alegria ala olodum com mãos pro alto e compreensão a tocar.
Rapeiam rimando os diferentes gostos a tudo se encaixar.
Rockeiam o cansaço do relacionamento e buscam fôlego só Deus sabe onde é que vão buscar.
Bossanoveiam num compasso delirante, num ritmo alucinante com palavras compostas de sentimentos a se galantear.
Valseiam detalhadamente observando o jeito do outro de amar. Sertanejam com moda de viola contando suas histórias pra modo de um ao outro sempre conquistar.
Bregueiam as tolices das discórdias dançando no fim da noite envergonhando o luar.
Forroseiam nas universidades se preparando para ao outro sempre amar.
MPBeiam seus lugares respeitando o do amado sem esse violar. Internacioneiam às vezes sem a letra entender, mas falam a linguagem do amor como ninguém pode em teoria aprender.
São tantos os ritmos a nos cercar que em poesia poderia ensinar os casais a amar, pois um casal que se ama dança as danças do amor e seus diversos ritmos da vida a tocar. Aprendem a cada dia se amar sem ter medo de errar. Ainda que pisem nos pés um do outro nunca deixam de dançar.
By Tony Edson

Celebração do Sexo - uma viagem a dois no extâse divino.


Falar de sexo sem poesia é ultrajar o que é divino.
O tocar de duas almas na preparação de um olhar ao se consumir em prazer a lençóis.
Corpos que se tocam e se confundem numa dança angelical de pernas e braços, beijos e afagos. Palavras nascem, gestos se criam, jeitos se renovam é a celebração da sexualidade.
A arte da celebração do sexo se diviniza com os contornos e adornos do amor. Uma história junta e ajuntada pelo compromisso de caminhar apesar dos pesares transforma o que pode ser tão egoísta em algo divinal. Cantam nossos poetas e declamam nossos músicos a celebração da sexualidade de um encontro orgástico de duas almas que se amam e se comprometem perante homens, anjos e Deus de viverem esse amor.
Do bom dia da sexualidade ao “dia-bom” da deturpação de tal benção divina. Carinhos e caricias, sorrisos e seduções, risos e seriedade, suor e frescor.
Dizem os psicanalistas e sexólogos que não há contorção de êxtase maior que o momento de um orgasmo sexual. Derramam-se correntes sensitivas que se despejam em cascatas por toda extremidade do corpo, um encontro de sensações indescritíveis, uma alegria que excede as palavras que simplesmente deve ser sentido. Regina Navarro Lins, sexóloga e psicanalista, nos descreve que “é um conjunto de sensações vividas ao mesmo tempo pelo corpo; há perda momentânea de consciência; alterações neuromusculares e endócrinas; vasodilatação generalizada; um aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial. É o prazer físico mais intenso que uma pessoa pode experimentar”.
Que prazer e alegria indescritível a Bíblia nos diz que é a presença de Deus e a grande ironia para religiosidade que banaliza ou endemoniza a sexualidade é saber que a sensação mais próxima do que seria o prazer e alegria plena da presença divina é o enrolar-se no canto encantado do orgasmo sexual.
Durante muito tempo às mulheres foram privadas, pelo senso de egoísmo dos homens, de tal divinização e quando elas se viram livres para desfrutar e saboriar tal fruto, frustrou muitos homens com a vida feminina.
Desafiados somos no orgasmo sexual a pensar nos problemas e dissabores da vida, impossível, tudo é belo, tudo é gênesis é genital é geracional é genial é divino. O homem não inventaria tal encontro ou sensação, não há no mundo uma criação que se iguala a tal sensação.
Não é a toa que celebrações cúlticas pagãs envolvem o sexo, pena que com a banalização em orgias, mas que é divino saber que o casal quando celebra a dádiva da sexualidade cultua ao seu Deus.
Um ato de intimidade e aprofundamento de ligação mútua, tão profundo e santo que canonizado é o sexo em Cantares de Salomão sem os legalismos religiosos, mas uma profunda revelação de entrega total.
E saber que Deus quando nos convida para conhecê-lo é a mesma raiz do ato sexual, onde dois passam a ser um e um convive nos dois. Onde as essências se confundem e caminham na alegria de um êxtase divino. Que grande alegria e gozo é o relacionar-se com o Criador, que criou o orgasmo em seus filhos para que juntos em aliança e compromisso desfrutem de tal fruto, sem medo, sem represárias, sem repressões, mas celebrando em amor e respeito o prazer do encontro a dois.
Um sorriso divinal ao êxtase dos filhos aliançados com Ele e um com o outro. Um aplauso divino pela potencialidade da intimidade vivida num compromisso de caminhar a todo instante com o amado e a amada.
Sexo – gozo – orgasmo e prazer são palavras divinamente anexadas em poesia no corpo humano e louvadas na celebração do casamento dos filhos de Deus.

By Tony Edson

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

VERDADEIROS PROFETAS

VERDADEIROS PROFETAS

Eles são discretos, irreconhecíveis por sua aparência. Comuns em meio ao comum e avassaladores quando abrem a boca. Não possuem capas nem roupas brilhantes ou brancas para transmitir um ar de divindade. Suas vozes não são estrondosas como trovão nem sussurram para comover corações, tem seus timbres e tonalidades como falam a um amigo e as multidões. Não são contaminados por jargões mágicos produzidos nos bastidores da religiosidade. Não usam palavras inefáveis, complicadíssimas até para Deus. Eles não têm medo de serem o que são no dia a dia. Levam o humor para mensagem e suas experiências ruins também. Não tem medo de dizer que são humanos, que erram, que pecam, que tem seus vacilos e alvos ainda não alcançados. Falam do que o coração ta cheio e às vezes assusta o transbordar de tal coração. São simples e humildes, uns com casa própria e outros não, uns vão de carro e outros a pé. Não gritam para esconder a falta do que falar. São presentes com os diferentes, estão onde o povo está. Não gostam de palacetes e catedrais e quando ali estão muitos não os convidam para novamente estar. Eles não se sentem bem com o ouro e conforto interno enquanto a vizinhança mendiga o pão. Eles não saem pelos fundos do púlpito e nem entram pela frente rompendo a efeito de gelo seco no corredor central. Rejeitam as propostas sedutoras que os colocariam numa redoma política eclesiástica. Eles sentam no passeio, nos bancos, no chão, nos aviões e ônibus ou caminham a pé sobre chinelo a vão de dedo. Suas orações não são ouvidas ou ditas, são feitas no oculto e sentidas no ambiente, ora como se Deus fosse um amigo pessoal e intimo, assim como Ele o é, choram livremente sem ter medo de serem tachado como fracos, bradam sem temer o rótulo da loucura, silenciam-se ante aos ruídos e aplausos. Tratam o que é santo como santo sem banalizar na boca dos blasfemos, mas até esse tratar é contagiante em amor. São seguidos mais pelo ser do que pelo falar, apesar de suas falas encharcar os corações secos e áridos. Suas palavras têm como fonte o coração de Deus revelado nas eternas Escrituras. Deleitam com o amor que emana de Deus e se iram junto com Deus pelas ações e amam junto com Deus os feitores. As palavras de Deus deixam de ser decorebas sem vida em suas mentes e se tornam palavras encarnadas neles, misturados com o jeito deles, contadas do jeito deles. São profetas. Verdadeiros profetas. Dá-nos estes oh Deus e o mundo não será o mesmo.
By Tony Edson

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Escola de Profetadas. Profetas e Profetizas III


Dicas para se tornar um falso profeta:

Uma grande verdade: Para os profetas atuais não se precisa ser muita coisa, basta aparentar muita, mas muita coisa.

1º Lugar: Aparência - Estética
Começa-se com uma boa aparência, a questão estética. Seu semblante tem que expressar desejo de martírio, traços de santidade gastos em jejuns, sorriso a todo custo, e careta para com o demônio e enfermidade.
Sua roupa tem que expressar pureza, o branco é uma ótima opção, ou quase um ser diferenciado rodeado por uma auréola roupística.
Sua voz tem que soar como trovão despedaçando os cedros do Líbano, afinal de contas, a voz de Deus despedaça, essa distinção não pode existir entre Deus e o profeta, ambos tem que ser os mesmos.
Suas palavras têm que conter unção, mas na forma, na estética, na terminologia, os jargões mágicos do mundo gospel, aquelas que arrepiam a alma.
Suas palavras têm que variar, lentas e sussurradas para que as emoções se contorçam e substitua a ausência de conteúdo.
Palavras oradas em línguas estranhas, pois não saber o que falar em oração para outros ouvirem pode tirar o status de espiritualidade, então, enrole a língua, ninguém vai questionar, mesmo que sejam estranhas até para Deus.

2º Lugar: O Conteúdo das mensagens.
Palavras que falem de vitória sempre, afinal de contas, derrotas já se provam no dia a dia, tristeza e coisa parecida.
Fale que a luta terá um fim, ou o sol já está despontando, afinal de contas, ainda que se leia isso ou se saiba, a dor do momento faz a pessoa querer ouvir algo bom a qualquer custo, e que bom se for por um profeta.
Vitória sobre a derrota, curas físicas, prosperidade, melhor carro, melhor casa, promoções no trabalho, são temas indispensáveis no sermão, leia um texto que fale sobre qualquer coisa, mas torça o texto para terminar nisso, muitos gostam!
Não fale sobre pecado, apenas quando o pecado for argumento para amarrar a pessoa na igreja, para ela se sentir culpada e viver pensando que precisa da igreja do profeta tal, que precisa de você!
Vicie as pessoas em campanhas, isso vai garantir a presença delas em sua denominação, é o que há de moda no momento.
Pregue o imediatismo, afinal de contas, a cultura em que vivemos é fast food.
Pregue o determinismo! Ensine sutilmente que quem está no controle é a pessoa, mas faça isso com a Bíblia, senão eles podem suspeitar que Deus é que está no controle.
Ensine a pisar no diabo, isso levanta a auto-estima, ensine que o diabo é tão grande que ele precisa constantemente viver aterrorizado e preocupado com isso.
Orações para que o diabo não pegue. Jejuns para que o diabo não encontre brecha. Façam correntes e mais correntes e levem se possível o objeto da fé no bolso, na carteira, no pescoço, no tornozelo e até na cueca.
Não frise orações em gratidão pela presença de Deus e limitação do diabo, isso traz uma paz que não é interessante para o negócio. Jejuar tem que ser sempre para obter algo e nunca para agradecer, para adorar, para ser mais sensível a Deus, isso não da Ibope.
Ensine o outro extremo também, que o diabo não existe, é o mal do coração do homem que é personificado por alguns, faça-as viver num desses extremos, o diabo é tudo ou que não existe.

3º Liturgia: O desenvolver da cerimônia.
Bem, isso é importante.
O que vale é suar, uma aeróbica espiritual. Faça a pessoa cansar nos cânticos, aí você terá um auditório mentalmente cansado para uma mensagem, fica mais fácil de manipulá-lo.
Faça com que um suspense seja criado com o preletor – o profeta. Anuncie no decorrer litúrgico que o profeta vem aí. Se tiver como colocar “ecos” na voz dele melhor ainda. Gelo seco em todos os momentos é muito bom! Reproduz uma espécie de “Fumaça de Glória” e mostre que na Bíblia tem isso.
Sessão de Descarrego também é bom. Induzir psicologicamente a pessoa a uma possessão psíquica, ou melhor, uma histeria psíquica. É ótimo o resultado. Em alguns ramos chamam de hipnose.
Invoque também demônios, se for o caso, eles gostam de aparecer e principalmente de serem entrevistados, gostam de ter a atenção voltada para eles, ainda que o nome de Jesus apareça, é Ibope para você e para o inferno, uma parceria que dá lucro.

Bem, há outras dicas, mas essas são suficientes para um ponta pé profético ao gosto do frequês e rentável para o bolso, mas se você percebeu seu chamado profético, não se empresarie.
By Tony Edson

Mudam emudecidos Profetas e Profetizas II


Mudam a aparência para parecer aparentemente com um profeta.
Mudam Deus para que ele pareça e desapareça quando querem.
Mudam a voz para que a sacralização manipule os profetados.
Mudam da eternidade para o tempo presente se presenteando com ouro.
Mudam a fé pelo positivismo camuflado como lei de atrações.
Mudam e mudos não respondem aos ecos eternos da vida.
Mudam sem endereço para palacetes dos fieis.
Mudam e mudam e nada muda na essência dos seguidores.
Mudam a verdade para meia verdade com ausência do seguimento.
Mudam a mudança radical da vida para momentos de pura histeria.
Mudam o paradeiro quando o mau cheiro vem à tona.
Mudam a glória do eterno a um escravo temporal.
Mudam a simplicidade pela megalomania travestida de evangelho.
Mudam, mudam e mudam...
E-mude-ça tal voz profética que negocia o inegociável.
E-mude-ça tal voz profética que sacraliza suas própria leis.
E-mude-ça tal voz profética que manipula a ingenuidade alheia.
E-mude-ça tal voz profética que oprime os pobres extorquindo-os.
E-mude-ça tal voz profética que avarenta os ricos extorquindo-os.
E-mude-ça tal voz profética que encaixota Deus.
E-mude-ça, E-mude-ça e emudeça.
Mudem emudecidos falsos profetas e profetizas.
By Tony Edson

domingo, 19 de outubro de 2008

Profetas e Profetizas I


Vivemos cercados por profetas e profetizas. Pessoas que ecoam no mundo da dialética com seus dialetos espiritualizados onde o sagrado se torna manipulável aos amados profetas. Suas profecias nos esbofeteiam com golpes certos no coração que já sangrado se estanca com suas profetadas.
O mundo pede seus profetas, seus referencias, suas muletas da vida, seus expiadores de uma vida repleta de culpa e sem direção. Quem sacralizar o homem, ter mais que um objeto inanimado como referência de sua fé, mas ter fé na referencia de um novo objeto que manipula o objeto – Deus.
Nessa dança profética Deus dança se tornando um deus que baila conforme a música dos profetas, tocam os instrumentos sagrados importados, os quais o seu deus não pode não ouvir e não pode o não atender. Dança deus com a dança de um povo que olha para seus profetas que te fazem dançar!
Vozes angelicais ressoando como trovam ou sussurrando como sedutores boêmios, profetas e profetizas de um povo cujo fruto é amargo ao pretender ser saboreado. O mundo gosta de profetas, a alma humana busca seus profetas, e os pseudos profetas se fazem ser achados e gostar de tal gostar.
São fontes únicas e irremovíveis da voz do Alto, são controladores do reino do seu deus, fazem com que o reino seja tão obvio que não há espaço para o não acontecer conforme suas palavras.
Ah mundo, oh mundo mudo na voz desses profetas sem Deus com deus.
Vivemos cercados por profetas e profetizas.
Imperializaram-se por todos os meios estão nas salas de casa, estão nos ouvidos do carro, estão à procura de nossos corações. Armaram suas tendas despretensiosamente e agora formaram seus impérios na alma do povo, ditando o que é certo e o que é errado, monopolizando o imonopolizável, prometendo o incerto, e insegurando as verdades seguranças que se podem ter.
Amados profetas e profetizas abram suas bocas e vomitam suas experiências amargas sem o centro em Deus se tornando deuses centralizados.
Vivemos cercados por profetas e profetizas.
Ouse questioná-los, discerni-los, prová-los! Isso não é julgamento, é vida!
Se há tais profetas é porque há seus seguidores, se há falsos profetas é porque há verdadeiros profetas.
Que tenhamos olhos para o mundo e seus profetas e profetizas.

By Tony Edson

sábado, 18 de outubro de 2008

Minha escrita


Permito-me conhecer no momento, momento esse que não se arma e nem se prepara para dizer algo, assim tenho conhecido o sangue da minha alma.
Tudo o que escrevo não ultrapassa 5 minutos de reflexão, não me preocupo tanto com a gramática que compõe o expressar da minha alma, isso explica muita coisa rs, meu português se conturba e se assassina nessa expressividade espontânea. Não me considero superficial ou vazio sendo assim, pelo contrario, quando escrevo no momento percebo o tempo em que tais pensamentos já habitavam em mim. Percebo que quando muito penso retoco minhas palavras e meus pensamentos e perco a originalidade de expressar o profundo, o momentâneo, o sempre que há em mim, os meus sentimentos atuais, o meu hoje.
Minha profundidade é rasa pra muitos e abismal pra outros, mas é pra mim o que sou em formação com toda informação que me cerca, que em mim nasce.
Não prego uns falares inconseqüentes, impensados ou pelos cotovelos, nesse âmbito do falar sem pensar, machucamos pessoas amadas que interpretam mal uma fala mal dita ou recebem como realmente foi e por ter sido impensada nasce à rixa, a ferida, o choro, mas incentivo a tua espontaneidade, eu incentivo a minha espontaneidade. Diante de um mundo tão retocado, recalcado e reprimível precisamos de gente espontânea, gente que foge um pouco da rotina do comum do normal dos estereótipos da fala.
Gosto dos palavrões imorais que escapam da alma do que os que aquietados dentro são maquiados por sorrisos falsos.
Gosto dos beijos impensáveis do que os reprimidos desejos que não são expostos e resolvidos.
Gosto do grito de dor do que o silencio amargurado no coração sangrado e sacralizado.
Gosto do samba cantado do que as canções batucadas sem embalar os que estão à volta.
Gosto do erro manifesto do que a sua ausência, pois se oculta mente.
Gosto de escrever sem as virgulas separadoras dos sujeitos do que ficar sujeito às separadoras palavras que não expressam quem sou.

Seja bem vindo a textos mal escritos, mal digitados e mal corrigidos, descobri com eles como são como minha alma é.
Estou num caminho de alfabetização da alma, onde sentada atentamente com seus erros de grafia. Estou procurando num eterno gerúndio fazer essa viagem processual dentro dela, respeitando-a com suas inconjugações verbais, mas um caminho onde se modela mostrando quem é e como se tem transformado.
By Tony Edson

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Quietude no estrondo da alma


São tantas vozes, tantos ruídos, tantos barulhos. Incrivelmente nossa alma sobrevive em um mundo tão falado, gritado e ensurdecedor. Prêmio Nobel para nossa alma. Tantas vozes nos convidam para tantos lados, ante as escolhas vozes nos chamam, ruídos nos enganam, uma conspiração contra o silêncio.
Fiz o teste, fui até um shopping e resolvi prestar atenção nas vozes que ecoavam de varias direções, e o interessante, é que nunca as percebi, até o momento que resolvi ouvi-las mais atentamente. Era um coral gigantesco quase na mesma tonalidade com alguns que extravasavam. Mais a grande descoberta é que as vozes sempre estão lá, todos sussurram, conversam, gritam. Elas sempre estão lá. Por que nunca percebi? A resposta foi obvia, me acostumei com o barulho e esse barulho se tornou meu comum silêncio. Que triste descoberta! Minh´alma é moldada pelo barulho e já nem percebe os estrondos entranhados nela.
Não sei mais o que é minha voz interior ou exteriores que se internaram em mim fazendo-me um CTI ante ao silêncio.
Que grande desafio é o “aquietar e sabei que Eu sou Deus!”.
O problema não é um silencio divino, mas uma inquietude de ondas de vozes que quebram nas pedras da mente nos distraindo ao sussurro e até o bradar divino a nos falar ao coração.
A arte do silêncio é divino num mundo tão profanado pelo barulho, agora mesmo, enquanto escrevo essa inquietude da minh´alma, ouço vozes do som de bandas a cantar, leio mensagem pelo MSN, penso na viagem que farei, na roupa que preciso, no cartão que não posso esquecer.
Dá-nos almas na arte da quietude e teremos a estrondosa voz Divina a ecoar nos becos de um mundo perdido, sem norteadores, ressuscitar em vida e vida em abundância.
By Tony Edson

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Garra e Brisa - Encontro da Ansiedade e Paciência


Num dia confuso e inusitado, sem saber o que chocava numa crosta divina, o deus Garra, deus da ansiedade, viu no Pico da Bandeira o nascimento do deus Brisa, deus da paciência. Garra descreveu seu império, seus castelos habitados pelo mundo afora, o seu poder controlador exercido nas dimensões do seres viventes corpóreos, pobres terráqueos. Narrou seus feitos e desfeitos, contando soberanamente a um bebê, como se fora estórias de ninar.
Veja, disse Garra, as vidas com seus pavores tentando voltar ou ir adiante no tempo, desesperançosas por algo que não se pode mudar, atormentadas pelo que aconteceu e atormentadas pelo que ainda acontecerá.
Veja, disse Garra, como dilacero as almas gerando terror e pânico no âmago dos seres viventes corpóreos, eles não conseguem ver nada além de mim, o mundo se centraliza em meu ser, estou sentado no trono de suas vidas, agarrado no passado, sorrindo no presente e esperando-os no futuro que teimam em viver num eterno hoje, impossível, mas não sabem.
Veja, disse Garra, estou entranhado nos relacionamentos desfeitos, abro moradia para Cidália, deusa do ciúme, que faz morada na destruição dos casamentos.
A expressão de Brisa era de espanto, que no declamar da poesia fúnebre de Garra, crescia e crescia e já não era um bebê, mas um jovem, enquanto Garra falava, pensava Brisa: como poderia um império tão cruel e sangrento instaurado na existência dos seres viventes corpóreos que foram chamados à paz?
É de se esperar, disse Brisa, já dominando a fala no falar de Garra, que pessoas sem respostas e direção dêem lugar a vocês, é da essência dos seres viventes corpóreos clamar pela presença da ansiedade quando algo foge do controle, quer seja o tempo em que se encontrem. Não é novidade, apesar da aterradora destruição que você causa, oh Garra, mas fui enviado dos altos céus, a morado dos deuses, pra trazer o equilíbrio, entre você e eu, entre seu império e meu império.
Os Seres viventes corpóreos não vivem sem você, oh Garra, eles precisam da sua dosagem de ansiedade, para que não sejam ante a vida seres passivos e inanimados, você é a combustão imediata que os levam a tomar atitudes diante da vida, mas não conhecem a mim, Brisa, deus da paciência, que traz limite ao seu poder, oh Garra, fazendo com que tenham ações pela sua presença, mas não sejam encaracolados pelo todo do seu império.
Trago agora, oh Garra, as mãos dos seres viventes corpóreos, correntes, sim, correntes, a partir de agora, mesmo você sendo um deus, eles poderão acorrentá-lo com meu poder permitindo que você vá até o ponto de reação deles, mas se limite até o que não se pode ser feito. Eles com minhas correntes te prenderão fora de suas casas, de suas mentes, de seus corações. Nas noites de sono, eles poderão dormir e sonhar com você inerte do lado de fora. Seu poder se limita na minha presença, oh Garra, quer você queira ou não, onde eu estiver você é obrigado a recuar, a dar lugar ao meu império, que é um império de paz, esperança e fé.
Garra muito se irritou com o nascimento de Brisa, mas nada pode fazer a não ser esperar e ansiar que os seres viventes corpóreos não conheçam Brisa, e ainda hoje, muitos ainda vivem no império da ansiedade sem serem transformados pelo império da paciência, onde a paz, esperança e fé trazem mais sentido do que o tormento da ansiedade.

By Tony Edson

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fé na Webcam


Ele tinha e ela não tinha, ela pediu e ele riu, ela queria e ele temia, simplesmente um olhar sem saber o que via.
Ela queria ver seus olhos, ele temia ser visto, mas ele olhou...Não conseguia, pois a duvida de quem via dilacerava seus pensamentos, ele ria, olhava para o lado, tentava ser sério, mas não conseguia, afinal não sabia se ela ria, via, falava, ali estava.
Ele se aproximou da webcam, escolheu acreditar que apesar do que do outro lado acontecia e seus revoltar de pensamentos, ele escolheu olhar para webcam.
Atentou seus olhos num tentador questionamento: O que do outro lado ela faz?
Mas escolheu olhar, sem saber os movimentos do outro lado, olhou atentamente. No inicio não conseguia se concentrar atentamente, se distraia, se perdia, se via, mas não olhava como deveria, até que mergulhou no simplesmente olhar. Ele olhou e os segundos que não lhe permitiam olhar perderam lugar a vários momentos somados, vencedores dos míseros segundos, agora ele não conseguia parar de olhar, ele olhava como se sempre olhou, ele olhava como se olhasse nos olhos da que o chamou, ele olhava perdido e encontrado na fé de um olhar, ainda que sem resposta do que seu olhar produzia, do que dizia o outro olhar, ele simplesmente olhou.
Num momento relacional ele cheirou o perfume da fé, num momento cibernético, ele tocou a fé e aprendeu que quando começar a olhar, ainda com todas as dificuldades iniciais vai chegar um momento, mais rápido que poderia imaginar, onde não vai conseguir mais parar de olhar e dar-se-á lugar a canção quase divina “Eu não sei parar de te olhar...”.
Olhe mais um pouco, ainda que sua mente diga que fé é besteira, ainda que violentamente te diga: Não há ninguém te olhando!
Olhe mais um pouco, e verá que não conseguirá parar de olhar para alguém que sorri para você, permitindo que você se conheça com seu olhar que vai além do seu olhar de fé.
A caminhada da vida, de uma verdadeira espiritualidade, sem esse olhar de fé é impossível de ser vivida, e se você deseja olhar Aquele que vai além de nós, olhe para Ele, Ele atentamente olha para você, ainda que você nao veja do outro lado Aquele que apaixonadamente te olha, simplesmente olhe!
by Tony Edson

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um olhar Mateus...


Nos impostos da injúria e injustiça, do riso do ganho da perda de muitos de poucos que sonham pelo excesso de Mateus.
Ateus com Mateus Mate os seus, sonhos de um pesadelo em perder o que sustinha a Mateus.
Até ser um ateu na vida como Mateus, mas tudo mudou na luz dos olhos Teus...
Simples como todos que me olhavam, contudo, diferente no conteúdo de seu olhar.
Não disse nada, apenas olhou.
Se sorriu com o olhar, se apiedou com o olhar, se chorou com o olhar não sabemos e nem saberemos, apenas olhou e simplesmente olhou.
Os olhos se admiraram, pois o olhar de Mateus pra outro olhar se voltou, seu ganho, seu lucro, de repente, mudou.
O brilho em Mateus cegou os ateus que não viram mais aquele antigo olhar do conhecido e desconhecido agora Mateus.
Ele se alçou num olhar de um pobre Galileu.
O que dizia aquele olhar? Que no meio da euforia da alegria do ganho ou da tristeza do não pago comunicou para Mateus? A história não conta, brinca com o enigma, mas é até fácil de se desvendar. Como Édipo seria devorado são os que nele não decifrar, mas que estranho, é um enigma pra quem não quer olhar.


Apenas olhe!
Lance sem direção, sem pensamento, sem querer dar ou receber.
Apenas olhe!
Não se pergunte o que Ele vê quando você olha.
Apenas olhe!
Lance sua atenção para esse que te olha.
Apenas olhe!
Não se perca sem seu olhar.

Apenas olhe, cruze seu olhar, sem ateus como Mateus...

by Tony Edson

Cristais, Sorvete e muita Graça!

Copos a mesa e uma curiosidade: Que som realmente fazem?
Como eu poderia passar aquela manhã com essa dúvida que brincava na minha alma, sendo assim, aventurei-me sobre a mesa a pegar os sonoros copos de cristal da mamãe.
Mas quem diria que um outro som me impediria de ouvir a melodia dos copos de cristal, o som de um bradar do meu papai dizendo: Não suba na mesa, não mexa nos copos, a mamãe não irá gostar!
Desceu-me da mesa com um sorriso revestido de advertência, mas a cantata dos copos ecoava na minha mente, mesmo sem saber se assim aconteceria. Eu e a mesa, copos e minhas mãos e ninguém mais na sala, eu não poderia perder a oportunidade apesar da advertência de papai...Então, mais uma vez me aventurei sobre a mesa, toquei os copos, não cantaram sozinhos, resolvi ajudá-los na melodia que alguém fazia no programa de TV, comecei a balançá-los no ar, até que, ahhhh, nunca me esquecerei desse “até que”, que fez com que um dos copos escapasse da minha mão e derrubou outros copos.
Ouvi outra voz a bradar, mamãe gritou com papai que imediatamente correu na sala, eu já não via nada a não ser as palmadas reservadas pela minha desobediência. Mas ele olhava na minha mão, olha os meus pés, meu braço e trocou minha roupa levando-me para fora. Minha expectativa era a que horas as palmadas prometidas pela desobediência viriam.
Estava do lado de fora com meu papai e de repente ele quebrou o silencio e me disse: Você merecia as dez palmadas pela desobediência filho, não pelos copos que quebraram, mas porque você nos desobedeceu, mas se eu te desse cinco palmadas eu estaria tendo misericórdia de você, mas quero ensiná-lo outra lição.
Levou-me a uma sorveteria e me deu um enorme sorvete. Eu não entendi nada. Um sorvete ao invés de palmadas e perguntei: Papai o que eu fiz para merecer esse sorvete?
Você não fez nada meu filho isso se chama Graça!
Você mereceria as dez palmadas, ou em misericórdia eu te daria apenas cinco, mas resolvi mostrar-te que mesmo não merecendo um sorvete, mas palmadas, eu resolvi apesar da sua desobediência lhe dar um sorvete.
Depois daquela tarde, a curiosidade pelo som dos copos de cristal ainda permaneceu em mim, mas não tive a ousadia de tocá-los, pois alguma coisa dentro de mim me envolveu com um sentimento tão grande que apesar de querer, em gratidão, não toquei mais nos copos de cristal.
E imaginar que na história da minha vida quebrei tantos cristais e meu Pai Celestial simplesmente me presentou com sorvetes é motivo de olhar para os próximos cristais da vida e apesar do desejo de ir, me deter por amor e gratidão ao Pai.
By Tony Edson

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Sabedoria de um Bambu


Naquele temporal, pobre bambu. Como poderia resistir à força da tempestade que viria...As demais árvores robustas e poderosas, firmes e inabaláveis com um olhar altivo zombavam do frágil bambu...
Começa a ventania, o pobre bambu é agitado violentamente de um lado para o outro, suas folhas se dissipam e parece ser uma dança da morte...Ele vai cair...As demais árvores riem do pobre bambu, inabaláveis em seu lugar, acompanham com os olhos o balar da morte do pobre bambu...A aparência do pobre bambu é lamentável, parece uma folha ao vento ziguezaguear.
Mas estranho, ele continua firme, apesar dos pesares ele continua firme...E para surpresa de todos, algo mais estranho começa acontecer. As robustas e inabaláveis começam a rachar, suas raízes começam a ceder, uma após outra começam a cair, a sua altura e altivez fazem com que o estrondo do rachar dos galhos e caule chame a atenção dos que por ali passam.
Fim do temporal, todo temporal tem seu fim...No chão as robustas, inabaláveis e inflexíveis árvores, e em pé, como se o temporal não tivesse passado, o rico bambu.
Na vida as tempestades vêem e quando vêem temos que ter a sensibilidade de sermos flexíveis com suas ventanias, quem não é flexível na vida se torna com toda sua altivez uma madeira seca e apodrecida...Aos pés do bambu.
By Tony Edson

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bifurcações da Vida

Entre rodovias e bifurcações têm-se à frente as decisões da vida.
Viajar em rodovia reta e com suas repentinas curvas tem seus riscos e decisões, mas nada comparado ás bifurcações que elas trazem - na vida.
Opções atraentes que te convidam no mesmo fluxo e refluxo a caminhar por elas, uma mais atraente que a outra, mas ambas em si mesmas escondendo seus buracos do caminho. Pior que obstáculos sutilmente escondidos em suas poças d’água e falsa profundidade e justificada por falta de verbas, e Carlos Drummond que nos de licença para parafraseá-lo e atualizá-lo:

No meio da rodovia tinha um buraco
Tinha um buraco no meio da rodovia
Tinha um buraco
No meio da rodovia tinha um buraco.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida das minhas viagens tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio da rodovia
Tinha um buraco
Tinha um buraco no meio da Estrada
No meio do Buraco tinha uma Rodovia...
Os carros que o digam...

São as bifurcações...
O que fazer quando a 100km/h se depara a uma bifurcação à frente?
Fechar os olhos não é o caminho, muitos assim disseram, quaisquer uma não é o caminho, muitos assim se perderam, mas o que fazer, o que pensar, o que ouvir? Apenas reduza a velocidade e observe!
Observe as placas acima e ao lado...
Nossa distração e preocupação nos conduzem em tão alta velocidade, é como se as placas não existissem...
Reduza a marcha, tire o pé do acelerador...Não é preciso nem parar, apenas acelerar menos...E as placas quase invisíveis e desapercebidas se tornam mais nítidas e legíveis.
Na rodovia da vida existem placas que a velocidade do nosso dia a dia nos impede de percebê-las. Placas que nos ajudam a viajar bem...Pessoas que enxergam além da nossa velocidade, afinal, quem ta dentro não percebe o vôo do carro...Pessoas podem te aconselhar ante as bifurcações, dizer o que conhecem das opções de vias, da vida da historia...Sua reduzida na “marcha das coisas” te darão a capacidade de analisar melhor, perceber o melhor.
Atente para gente que já passou por tais rodovias, que conhece as bifurcações e vias, gente como a gente, mas que de forma sutil nos conduz para lugares mais seguros e rodovias que nos levarão ao destino final...Uma praia talvez...Uma festa talvez...Um parque talvez...Para casa...Sempre.
E se por acaso errar na bifurcação da vida, não se envergonhe de pegar o primeiro retorno!
By Tony Edson

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Olhar da multidão

Todo drama da ida poder-se-ia transformar na vinda se um olhar se cruzasse, o meu e o da doce senhora. Acompanhei na multidão até que entrei na minha caverna da desilusão e pra minha surpresa...Ela olhou, mas não a vi.
Por que não perseverei no meu olhar, por pensei que não sou bom o suficiente ou ruim para ser olhado, para ter mais uma oportunidade, para o que se perdia querer ser achado!
Maldito sou pela minha desistência e carrego dentro de mim o olhar da doce senhora que não olhei, perseverança que não tive ao julgar sua passagem e ida pela multidão.
Céus e terra e seus firmamentos abençoam-me com o olhar e não tirar os olhos da doce senhora divina...Pensei não mais tê-la, mas perdi por tirar o olhar... Quantos se perderam ao tirar o olhar do seu precioso alvo, quantos se submergiram nas ondas revoltantes do vento contrario quando simplesmente andariam mais sobre as águas...Sou um desses...Naufrago da multidão.
Não desista da oportunidade da linda senhora, ela ainda pode estar olhando para você...Persevere mais um pouquinho o risco é ter certeza que ela se foi ou perceber num leve sorriso o retorno da oportunidade da sua vida!
By Tony Edson

Perdida da multidão.


Após um abraço um adeus, e lá se vai seu grande momento na multidão, você acompanha seu rebolar enquanto desaparece entre tantos corpos, lá se vai seu momento perdido na multidão. Ela se vai, não olha para traz, ela se deu por um momento, ela se perdeu em você num momento, mas você a perdeu na multidão, lá se foi seu momento, sua oportunidade.
Pouco a pouco ela se vai, sem olhar para traz, sem se arrepender do que faz, cada instante que a vejo mais ela se distancia...Deveria ter gritado, deveria ter seguido, deveria...Mas não poderia perdê-la...Lá se foi o meu momento, as minhas horas, a minha senhora...Volta dizia minha alma, mas nada se ouvia em resposta, apenas os seus passos na multidão. Quando a terei de volta, quando terei seu abraço e menos que seu adeus? Perco a cada dia a esperança do retorno dela, mas me alimento com a esperança de que abraços nascem de gritos de esperança. Abraça-me senhora, deixe-me mostrar que eu valho a pena, dá-me mais de ti por um momento em mais uma viagem e não a perderei novamente na multidão. Não perderei as oportunidades que me abraçam docemente e se despedem implorando para serem agarradas e não mais largadas. Quantas oportunidades minha senhora você já me deu e eu deixei ir embora, volta em boa hora, deixe-me sonhar com você. Prometo beijá-la no rosto senhora, dizendo que amo a oportunidade que tenho em você!
Não perca as melhores oportunidades que te abraçam, pois se não agarrá-las se vão à multidão da vida e outros a abraçam no correr da historia.

By Tony Edson

Corrida ao lago dos detalhes


Envolta do lago no pisar da mesma pista onde passos e passos são dados consequentemente até que em algumas voltas a mente se acostuma com o lugar pisado, a paisagem que encantava ao redor do lago parece cada vez mais um quadro inerte que não muda apesar de suas vastas olhadas...

O cantar do pássaro já não tem tanta melodia, o solavanco do jardineiro não molda sua vista, o sol é tão intenso como na volta anterior...as árvores dançam a mesma dança alternando seu gingado, mas estão ainda ali...

O que inspira se tornou gélido, apático, inanimado sem graça. O corpo cansa, o suor desce e nada mais acontece...sua mente ali já não mais está...tudo virou normal, banal. O tanto ver não te faz crescer, não te faz pensar, não te faz... o banal se faz presente trazendo em fitas e laços o desencanto do por do sol e resta apenas o teu cansaço...

De mais uma volta, olhe tudo de novo, agora por outro ângulo, perceba que a teia da aranha já cresceu, já tem seu inseto, olhe por outro ângulo, procure o que não estava lá volta anterior, veja as mesmas árvores, mas observe mais um detalhe, pense no que ela é que não esta a sua vista, veja o ar que ela produz, veja o bosque que ela forma, jogue uma pedra na água e siga as ondas se formarem, pequenas sim, mas desenham algo naquilo que não estava lá. Chame no comum a existência do especial, chame no normal a presença da lembrança, que não será a mesma, se renova quando dela se lembra, chame o divino para o surto, chame a luz para a escuridão, chame para rotina o novo que está presente nos detalhes ao redor do lago, corra, canse, mas deslumbre o que ali se há...
by Tony Edson

Alma doida apaziguando-se...


Sentimentos que oscilam dentro de mim, vôos entre o querer e não poder, o ser, o ter e parecer... Santo, profano e humano, das linhas que separam ou será que se unem? Das duvidas e certezas, nelas o incomodo em ambas existirem...Num mundo do avesso me atrevo a viver sem saber muito bem se estou vivendo o que deveria, de repente falo de uma vida “além” com a minha “aquém” e quando me pego pensando que a “além” não é tão real e acostumo na “aquém” quem diria... A “além” me visita: Sou real. Meus desejos sombrios e nobres brigam pela minha alma, se desesperam em assumir o controle e sinto-me um fantoche em suas mãos...Quando penso que os dominei chega o orgulho e ao seu lado a humildade e a guerra continua e sou a bandeira a ser conquistada e alçada.
Vivo num mundo de paz com guerra e ambos gritam dentro de mim e mudo esse mundo com meu mundo inconstante dizendo: Não existe a paz!
Caminho sabendo e ás vezes sem saber, mas caminho, não paro...Percebi que ter todas as respostas é impossível e achar que as tenho é possivelmente normal. Não brigo mais com os que pensam diferente de mim, descobri que na minh’alma que já mudei tanto que respeito o que o outro pensa...Gostaria que ele fosse igual a mim, mas oscilo novamente entre o amor e egoísmo...Não quero ser igual a ninguém, pois ninguém quer ser igual a mim, e assim descobri que não devo ser...Percebi alguém dentro desse mundo que com tanta oscilação se mantém firme com os “in-convictos”... Tornei-me seu fã, sento-me no seu divã, perco-me em suas palavras, que entende as ausências das minhas, sento aos pés dele, ouço seus questionamentos que me levam a questionar minhas certezas e caminhar até sem suas respostas acreditando que apesar dos pesares e o peso que insisto em carregar...Sou aceito! Sou amado! Sou mudado em meio a minha alma turbulenta!
E isso, basta!
By Tony Edson

Paixões e Amores.


Um olhar, um sorriso, uma palavra, um gesto, um beijo, um toque, um tempo, um encontro, um sexo e uma história avassaladora que nasce.
Teu ar passa ser o mesmo, teu tempo para com a pessoa e a pessoa para em teu tempo...Tudo é nada ou tão pequeno diante do tudo de uma paixão.
Teu mundo se torna galáctico, sua galáxia um universo e ela tua vida... Não vê a hora de vê-la e acende uma vela e lança-se num mar num barco à vela e vai navegar entre mares e emoções com ela... Num destino sem fim...Numa paixão infinita...Com o fim de começar uma nova vida...
Até que o tempo passa e tudo sutilmente se torna mais normal...Vê-la é a velha história que não queima como no inicio...A avassaladora certeza da lugar a sutil dúvida...Onde está a paixão? Queimou-se todo meu amor...
E no mesmo mar outrora navegado tem-se inicio a uma vela acessa no barco que se ateou na vela do barco e vê-la no mar deixou de ser sereia, passou a ser um monstro marinho.

Meu amor acabou...Preciso de paixões!

E a história que se constrói navegando em tempestades e bonanças dá-se lugar a uma nova paixão...E vamos vivendo de paixão em paixão e correremos o risco de naufragar sem boiar no amor.

Quando a paixão se desvanece no mar das tempestades, e o sentimento já não faz o coração bater mais forte, pois você encontrou as escamas mal cheirosas na sereia da sua paixão... Quando percebeu que a sereia apaixonante tem cheiro de peixe...Cria-se a oportunidade de descobrir o que é amor.

A Paixão negligencia o lado de peixe da sereia, mas o amor é uma escolha com todo o cheiro e escamas que a sereia possui.

Amor é uma escolha adulta pra navegantes que sabem que a paixão faz parte, mas não perdurará pra sempre...Pode ir e vir na sereia, mas em amor não abandona o peixe...

Navegar a procura de outra é correr o risco de ser um marinheiro de primeira viagem, e não descobrir o gostinho gosto de gostar de amar.

Paixão faz parte do mar e do encontro da sereia...Conduz-te a ela e a traz para seu barco...O descobrir suas escamas é um convite para o amor que vai além das limitações e defeitos... É para marujo do mar...Carimbado pela vida e pelas ondas que ela traz.

Mas cuidado! Sempre haverá sereias ante ao seu barco e sacudindo seu coração! E isso não significa que você não ame a sereia da mocidade, mas pode vir a destruir o lindo aquário que você criou.

Mas cuidado com o canto de sereias alheias...são tão sedutoras quanto ao canto que um dia você ouviu e se apaixonou marinheiro!

By Tony Edson

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

UNÇÃO DO VOTO – Um novo rei.


Num frasco tão pequeno e frágil entre os onipotentes que se apresentaram, o experiente Samuel se deixou levar pelas aparências.
A Eloqüência de um, a Beleza de outro... Mas quem diria que o grande Rei seria o pequeno frasco, ou o pequeno Davi.
Não possuía tanta experiência, nem em idade nem em preparo, mas para contrariar as expectativas de Samuel e companhia limitada, Davi foi eleito por Deus como o Rei de Israel.
Realmente Deus não se leva pela aparência ou tamanho e linha do frasco...Ele vê o coração.
Mas não somos Deus e muito menos “deuses” para conhecer o coração das pessoas, essa é a realidade!
Somos levados pela aparência, eloqüência, diplomas, promessas e muitos por um caminhão de areia...
Observar o preparo é importante, perceber se é um grande guerreiro, mas sem coração nada disso resolve...
Diplomas e promessas não fazem o caráter de um grande Rei, Saul possuía tudo isso, grande e robusto, mas um péssimo rei.
Mas o que fazer com a “unção” que nos foi confiada de “ungir” o nosso rei?
Escolher um despreparado simpático de bom caráter ou um preparado robusto de caráter duvidoso?
É uma “sinuca de bico” o risco do erro é sutil e presente, então nos resta um caminho... Conhecer o “candidato” tanto em campo de guerra, Abinadabe, e também no seu dia a dia no pasto nas pequenas coisas onde se encontra o caráter, Davi, e principalmente estar em conexão com Aquele que vai além de tudo isso, que pode nos orientar nessa “unção – escolha” de um rei para nossa terra.
Conhecer o guerreiro e o seu caráter são ideais que nem sempre são reais, mas é um caminho a se buscar caso nos preocupemos realmente com nossa terra – cidade, se política significa “amor a polis” e polis é cidade, sendo assim, somos “políticos” nesse sentido e temos que ungir com consciência o rei.
Nossa parte é analisar e observar tais características e estar com o nosso coração em conexão com o coração do Rei dos Corações.
By Tony Edson

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Uma semente, um terreno e uma história...


Terra seca e árida ou molhada e preparada...

A semente que se lança não é boa ou o solo em que cai não a acolhe para si?

Quando morava na roça me deslumbrava com as mangueiras que havia por perto. Seu tamanho, sua força, sua folhagem, seus frutos e seus apanhadores...

As mangueiras eram soberanas, sua sombra e os que nela se assentavam...Eu queria ter uma assim...Então, como criança sonhadora, dei início ao meu sonho...
Plantei a semente num vaso e quando deu sua “muda” lá estava eu a procura do seu lugar de crescimento. Escolhi um lugar inédito, distante do pomar, não queria que o meu pé de manga tivesse sua atenção dividida entre jabuticabeiras, laranjeiras e outros...Plantei-o perto do bambuzal.

Toda manhã e fim de tarde lá estava eu...Olhando e regando, imaginando seu crescimento, sua folhagem seu fruto e meu deleite neles...

Mas o tempo não confirmava tal idealismo, meu pé de manga secava cada dia mais e mais...Até que morreu!

Não contei para ninguém minha frustração e um dia descobri que o problema não foi minha falta de cuidado como plantador nem a semente plantada, mas o terreno que foi cultivado.

Ás vezes o problema não está em quem nos “planta” o que poderia crescer e dar frutos, e nem a semente ali lançada...Mas o terreno em que caiu a semente.

Qual é o terreno do seu coração? Como você lida com as sementes que em você são plantadas e podem gerar um lindo pomar?
By Tony Edson

Eu e a Vida (interessante)


Vem me pedir além do que eu posso dar

É aí que o aprendizado está

Vem de onde não sonhei me presentear

Quando chega o fim da linha e já não há aonde ir

Num passe de mágica A vida nos traz sonhos pra seguir

Queima meus navios pr'eu me superar

vezes pedindo que ela vem nos daro melhor de si

E quando vejo, a vida espera mais de mim mais além, mais de mim

O eterno aprendizado é o próprio fim

Já nem sei se tem fim

De elástica, minha alma dá de si

Mais além, mais de mim

Cada ano a vida pede mais de mim mais de nós, mais além

Vem me privar pra vero que vou fazer

Me prepara pro que vai chegar

Vem me desapontarpra me ver crescer

Eu sonhei viver paixões, glamour

Num filme de chorar

Mas como é Felini, o dia-a-dia minha orquestra a ensaiar

Entre decadência e elegância,zique-zaguear

Hoje, aceito o caos.

E quando vejo, a vida espera mais de mim mais além, mais de mim

O eterno aprendizado é o próprio fim

Já nem sei se tem fim

De elástica, minha alma dá de si

Mais além, mais de mim

Cada ano a vida pede mais de mimmais de nós, mais além...
By Jorge Vercilo

Religião e Outra Espiritualidade.


Qual a diferença entre espiritualidade e religião?
Espiritualidade é a experiência humana do sagrado, transcendente, divino. Religião é a maneira como o ser humano organiza e vivencia esta experiência. Espiritualidade é uma experiência humana universal. Religião é uma experiência humana condicionada a dogmas, ritos, códigos morais e grupos de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e celebram sua espiritualidade da mesma maneira. As religiões mais conhecidas no mundo são Judaísmo, Islamismo, Cristianismo, Hinduísmo e Budismo. A espiritualidade é o que os seres humanos têm em comum. Por exemplo, tanto o Dalai Lama quanto o Papa Bento XVI têm uma espiritualidade, mas têm religiões diferentes. Um é budista e outro é cristão. Em termos simples, assim como o ser humano tem corporeidade (relação com o corpo) e racionalidade (relação com a mente), também tem espiritualidade (relação com as realidades espirituais). Religião é maneira como cada ser humano desenvolve e pratica sua espiritualidade.Por que “outra espiritualidade”?Dentro de cada religião existe um número variado de maneiras de vivenciar a espiritualidade. Por exemplo, no Cristianismo a espiritualidade pode ser vivida de uma forma Católica Romana e outra Protestante, e mesmo dentro do Protestantismo, existem ramificações como o protestantismo histórico, o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo. No Brasil, os protestantes ficaram conhecidos como “evangélicos”. Isto é, “evangélico” é um ramo do protestantismo, que por sua vez é um ramo do Cristianismo, que por sua vez é uma das cinco grandes religiões. Ser “evangélico”, portanto, é uma forma de viver a espiritualidade cristã, e nesse caso podemos dizer que existe uma “espiritualidade cristã evangélica”. Por trás da expressão “outra espiritualidade” está a sugestão de que existe uma outra maneira de viver a espiritualidade cristã, diferente da maneira como os evangélicos a vivem. Na verdade, o livro procura demonstrar sob vários enfoques, que a “espiritualidade evangélica” está cada vez mais distante do que se pode considerar uma “espiritualidade cristã”.
by Ed René Kivitz

Religião e alucinação.


Tenho muita pena dos crédulos. Chego a chorar por mulheres e homens ingênuos; os de semblante triste que lotam as magníficas catedrais, na espera de promessas que nunca se cumprirão. Estou consciente de que não teria sucesso se tentasse alertá-los da armadilha que caíram. A grande maioria inconscientemente repete a lógica sinistra do, “me engana que eu gosto”.
Se pudesse, eu diria a todos que não existe o mundo protegido dos sermões. Só no “País da Alice” é possível viver sem perigo de acidentes, sem possibilidade da frustração, sem contingência e sem risco.
Se pudesse, eu diria que não é verdade que “tudo vai dar certo”. Para muitos (cristãos, inclusive) a vida não “deu certo”. Alguns sucumbiram em campos de concentração, outros nunca saíram da miséria. Mulheres viram seus maridos agonizarem sob tortura. Pais sofreram em cemitérios com a partida prematura dos filhos. Se pudesse, advertiria os simples de que vários filhos de Deus morreram sem nunca ver a promessa se cumprir.
Se pudesse, eu diria que só nos delírios messiânicos dos falsos sacerdotes acontecem milagres aos borbotões. A regularidade da vida requer realismo. Os tetraplégicos vão ter que esperar pelos milagres da medicina - quem sabe, um dia, os experimentos com células tronco consigam regenerar os tecidos nervosos que se partiram. Crianças com Síndrome de Down merecem ser amadas sem a pressão de “terem que ser curadas”. Os amputados não devem esperar que os membros cresçam de volta, mas que a cibernética invente próteses mais eficientes.
Se pudesse, eu diria que só os oportunistas menos escrupulosos prometem riqueza em nome de Deus. Em um país que remunera o capital acima do trabalho, os torneiros mecânicos, os motoristas, os cozinheiros, as enfermeiras, os pedreiros, as professoras, vão ter dificuldade para pagar as despesas básicas da família. Mente quem reduz a religião a um processo mágico que garante ascensão social.
Se pudesse, eu diria que nem tudo tem um propósito. Denunciaria a morte de bebês na Unidade de Terapia Intensiva do hospital público como pecado; portanto, contrária à vontade de Deus. Não permitiria que os teólogos creditassem na conta da Providência o rio que virou esgoto, a floresta incendiada e as favelas que se acumulam na periferia das grandes cidades. Jamais deixaria que se tentasse explicar o acidente automobilístico causado pelo bêbado como uma “vontade permissiva de Deus”.
Se pudesse, eu pediria as pessoas que tentassem viver uma espiritualidade menos alucinatória e mais “pé no chão”. Diria: não adianta querer dourar o mundo com desejos utópicos. Assim como o etíope não muda a cor da pele, não se altera a realidade fechando os olhos e aguardando um paraíso de delícias.
Estou consciente de que não serei ouvido pela grande maioria. Resta-me continuar escrevendo, falando... Pode ser que uns poucos prestem atenção.
Soli Deo Gloria.

by Ricardo Gondim.

Os meus extremos.


Minha vida é pêndulo. Oscilo entre o bem que desejo e o mal que rechaço. Sei que minhas sombras não são todas ruins e minhas luzes não são todas boas.
Minha vida é sístole e diástole, fluxo e refluxo. No vai-e-vem de minhas emoções choro e rio, fico e vou. Não receio mostrar covardia e hesito nas coragens.
Minha vida é dança na encosta do abismo. Prestes a despencar, no limite do perigo, corro o risco de tornar-me o fiasco do milênio. Mesmo assim, jogo e aposto atrevidamente. Mesmo sabendo que posso ferir-me, enfrento a corda bamba.
Minha vida é estrada esburacada. Nos solavancos das crateras que se abriram pelo caminho, tento aprumar-me. Não quero perder a direção. Vou por trilhas menos pavimentadas, mas vez por outra, cansado, prefiro cortar caminho.
Minha vida é simultaneidade de satisfação e fome. Os desejos cumpridos deixam sobra, um resíduo, de desprazer. Porém, por mais que as inadequações se mostrem onipresentes, celebro contente a minha sorte.
Minha vida é, ao mesmo tempo, vitrine e caverna. Convivo com plataformas e microfones. Falo para platéias. Sou fascinado por silêncios, por alcovas. Audaz com multidões e tímido com pessoas, opto por poucas palavras. Mas, dou a mão à palmatória, falo pelos cotovelos.
Minha vida é mescla de certeza e imprecisão. As dúvidas não me abalam, mas as certezas me confundem. Gosto de questionar e não tenho medo de ficar sem resposta. Os absolutos me incomodam, os dogmas me inquietam, as exatidões me deixam suspeitoso.
Minha vida é ameaça e bênção. Consciente dos ódios que já provoquei, vivo inseguro; sempre procurando redenção. Entusiasmado com a bênção que sou, alço o vôo da águia; sempre ousando novos desafios.
Minha vida é mistura de morbidez e sede de viver. Aguardo o apagar das luzes, reconheço a iminência do meu fim. Contudo, procuro desdobrar os minutos em “nano-frações” de felicidade.
Minha vida é preocupação despreocupada. Temo as contingências, mas o insólito me entusiasma . Repito aos quatro ventos que dores e alegrias entram na fabulosa receita desta existência, que o Criador projetou livre. Não há nada mais deslumbrante que a angústia, e nada mais surpreendente que a felicidade.
Soli Deo Gloria.


by Ricardo Gondim

Fé o que é...


O QUE É A FÉ?


O que é a fé? — pergunta aquele que me lê e ouve.

Ora, Hebreus no capítulo 11 responde que é a certeza de coisas que se esperam e a firme convicção de fatos que se não vêem.

E fazendo isso discorre sobre a fé que crê que o que existe veio do que não existe, pela Palavra de Deus; e fala da fé como certeza de justificação pelo sangue do inocente, como Abel creu; e afirma que a fé nos abre os sentidos para coisas que ainda não aconteceram, como foi com Noé; e ensina que o andar de fé faz o homem transcender os limites físicos, como Enoque, que foi arrebatado para não ver a morte; e conta que a fé faz o homem ter coragem para deixar um mundo grande e organizado, como era a Mesopotâmia, e seguir para a terra da Promessa, onde só se sabe que há gigantes, pois o leite e mel eram apenas uma visão de fé; e prossegue narrando como a fé faz o homem mais longevo que o corpo, e que tanto ele quanto sua mulher, chamada Sara, deram a luz a um filho, enquanto beiravam os 100 anos de existência; e apresenta a fé adoração e obediência que levam o filho da Promessa para o altar do sacrifício, pois, a fé sempre crê na ressurreição dos mortos; e mostra como o trauma da fé gerou um Isaque simples; e evidencia o fato de que mediante a fé aprende-se a aceitação de eleições que não podem ser explicadas, como aconteceu entre Jacó e Esaú; e como o exílio pode ser a salvação do sonho de Abraão no Egito; e como um homem de fé, como José, via para além das Pirâmides um singelo lugar para os seus ossos, na gruta de Macpelá, 430 anos depois de estar sepultado no Egito; e mostra a soberania de Deus educando Israel entre escravos e como escravos, a fim de que a fé lhes fosse o chão de peregrinações sob a adversidade; e diz que a fé vê Deus usando Faraó para salvar Moisés para Faraó, e, assim, para todo oprimido do povo; e mais: para entre sinais, prodígios e maravilhas, guiar um povo temerário pelo deserto, até que morressem os incrédulos, e uma nova geração de fé pudesse aparecer como fruto da jornada; e afirma que pela fé o próprio cosmos aceita jogos divinos; e afirma que prostitutas podem se tornar súbitas sacerdotisas da graça de Deus em favor de seu povo; e narra todas as impossibilidades e improbabilidades humanas sendo vencidas, superadas e transcendidas pela fé — deixando assim ver que a fé é certeza do amor de Deus para a vida, pois, tanto a fé que crê que o que existe veio do que não existe, como a fé que crê na ressurreição, são a mesma coisa; sendo, pois, a fé, a certeza da ressurreição; a convicção da vitória da Promessa sobre qualquer que seja o que o olhar coletivo chame de realidade.

É esse olhar de fé que ilumina a vida e o mundo e torna o nosso ser luminoso em
Jesus!
By Caio Fábio

sábado, 27 de setembro de 2008

Responsabilidade é Vida



A tragédia começa quando não chamamos para a nossa realidade aquilo que devidamente é nossa responsabilidade...

Quando transferimos para fora de nós aquilo que nasceu em nosso ser, sobrecarregamos alguém que não teve em si a gestação para tal questão.

Responsabilizo os que me cercam pelas cercas que ultrapassei e os imprimo o meu estigma.

Assumir as responsabilidades quer sejam boas ou ruins são para pessoas que assumiram o controle de sua história de um mundo descontrolado.

A transfêrencia de responsabilidade começou nos primórdios quando Adão não assume o seu ato silencioso donde haveria de ter falado...Eva culpa a serpente...e a serpente? A mais digna, diga-se de passagem, assume sua parte...

Ser responsável é tomar em si a vida que se preserva ante as possibilidades de colisões a frente...assumir responsabilidade são para aqueles que mergulharam numa nova realidade de vida sem as algemas da imaturidade e agora não tem medo de dizer...Eu errei.

São líderes de si, líderes de outros, líderes do mundo...
Responsabilidade com habilidade de uma idade de quem sabe viver...
by Tony Edson