sábado, 29 de novembro de 2008

Poesia das Plumas


Poetizei entre dragões e crianças, em sombras e assombrações, transformei os dragões em meus potros e as crianças em minhas canções. Devaneios e desencontros, entre plumas e escorpiões, amores e temores em paradoxos sem fim. Poetizei na alegria e o poema logo esmoreceu, escrevi minhas tristezas e são poetizadas pelos poetas tristes de alma. Nos troféus fui exaltado, aclamado entre multidões, mas quando a aurora se foi e o fio de prata se partiu as vaias me cobriram, vi o vexame sobre mim. Olhei ao lado a procura de mãos a me ninar, ouvi apenas os sorrisos sarcásticos dos que zombavam sem amar, olhei e olhei até que a poesia me ajudou. Estendeu seu leito a um ser ferido, machucado pelo chão árido da vida, ela me fez ninar, voltou-me para dentro de mim a procura da essência que um dia me inspirou a poetizar. A essência lá estava, aguardando o meu retorno guardado em silêncio gritante a me dizer: o que um dia te fez poetizar?
Olhei para o todo da vida o a vida do todo, percebi que mais que um momento a ferro houve plumas na minha historia. Deitei-me sobre elas recordando o passado e lá encontrei o que as estendeu estendendo novamente para pés sangrados e machucados.
Ah, mestre das plumas e da vida, que me viu entre cortantes gritos a chorar, porque não fez da minha vida de paradoxos um eterno linear emplumado?
Sua voz me garantiu que na dinâmica da vida as plumas ali encontrarei, mas são as marcas feitas pelos escorpiões e seus dragões que me farão reconhecer o valor da poesia entre plumas.
By Tony Edson

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