sábado, 29 de novembro de 2008

O Velho e o seu Cachimbo.


Rosto mapeado pelo sofrimento de uma vida injusta de castigo da desigualdade social capitalista. Ao seu lado os “mansionados” enquanto seus pés procuram um canto à calcada para se aquecer e quem sabe aquela noite conseguir dormir. Pela manhã quando o sono chegar às sentinelas da mansão a convidarão a começar seu sono em outro lugar. O sorriso do velho “encachimbado” pela corrupção espera talvez uma mão a erguê-lo sob os pés cansados, mas o que tem são convites abruptos de chutes e ponta pés nas costas e às vezes com o humor sarcástico um balde d’água fria a lavá-lo. Levanta velho homem antes que o sono novamente se vá sem descansá-lo, afinal de contas, há outras calcadas a te esperar. Veja velho homem, um pão mal comido desprezado por uma boca não faminta, são apenas formigas e um cachorro quase a descobri-lo. Deleita-te velho homem sem seu cachimbo, afinal, o fumo acabou, ou apenas começou? Fume o fumo da desigualdade, pois é burguês o que gostaria de fumar. Coma o pão que o diabo ainda não amassou, apenas foi pisado pelos homens. Um banco, velho homem e seu cachimbo, deite-se, descanse, quem sabe o sono venha, ou até o sono da morte. Já sonhou velho homem? Não com o fumo do seu cachimbo... sonhei com uma vida digna? Com possibilidade de sobreviver? De se alimentar dignamente? De trabalhar? Morar em casa?
Se sonhou não sonhe mais...se não sonhou não ouse sonhar! Tua vida é um pesadelo velho homem e seu cachimbo. Veja os que te reprimem, marginalizam-no, eles tem seus cachimbos da paz. Resta-te o fumo da vergonha de uma nação que dorme em seus palacetes e jogam pães pela janela.
Caminhe no mapa traçado no seu rosto de sofrimento velho homem e seu cachimbo.


By Tony Edson

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